7 de maio de 2008

PRESENTE

tecelãs
Na agulha que fere
A linha tecida
Tece
Tramas de amores inacessíveis
Rompendo caminhos
Que levam ao coração.

Somos o pano adornado
Perfurado
Para a metamorfose da cores
Em finos fios
Do que fora macio algodão.

Reféns de belas tecelãs
A girar
Em gozos trançados
Num corpo em roto tecido
De linhas fiadas

Corpo vassalo, confiado
À roca incessante
Da vida
Que roda e destrança
O linho do amor
Na linha do suportável.

Osair de Sousa

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