"Sinto um grande prazer em participar desse trabalho repleto de poesias, histórias e músicas. As peças que agora fazem parte do espetáculo “Mulheres Tecelãs” são o princípio de uma trama que não tem fim. Descobri o prazer de mexer com teares e fios, tecendo ou dando nós, em um período em que conheci as Minas Gerais mais de perto. A mim foi revelado um lado da vida que eu desconhecia pois vendo mulheres e teares, filhos e vida doméstica, convivendo, abasteceu o meu imaginário muito mais do que eu esperava. Aprendi a cardar, fiar, fazer meada para tingir, a bola de fio de algodão com o auxílio da dobadeira, urdir e tramar com a mesma expectativa de quem vê um filho sendo gerado. No começo, tudo obscuro, mas depois, vai tomando forma… Compreendi que tecer é a vida em pleno ato. O fio que passa pela urdidura… vai e volta… vai e volta… até ver completa toda a trama, é da mesma natureza do fio que tece a vida e passa dia, passa noite, vai tecendo nossa história, nossos encontros e aventuras. Tudo está ligado na terra e no céu. As peças apresentadas no espetáculo são frutos da reflexão sobre o feminino e a experiência da maternidade associados ao conceito de objetos usáveis ou, se desejarmos, à body art . Recorro ao trançado e ao macramê para dar os volumes desejados e o movimento adequado a essas tramas femininas. No encontro com Vivan, Lara e Luciana essas peças quiseram ganhar vida, sair do útero e, agora, vão viajar no corpo das mulheres tecelãs.
Vai filho… vai tua vida…"
Hilda Souto
Vai filho… vai tua vida…"
Hilda Souto
Nenhum comentário:
Postar um comentário